O inverno está chegando e pode ser que você esteja sentindo um incômodo nos olhos como sensação de ardência, sensibilidade ao vento e à luz, vermelhidão ou dificuldade em abrir as pálpebras ao acordar. Nesse caso você pode estar sofrendo de uma condição que afeta muitas pessoas nas épocas mais frias do ano: a “síndrome do olho seco”.
Mas o que é isso?
Antes de responder a esta pergunta, é preciso entender como funciona o sistema natural de lubrificação ocular. Veja:
Os olhos produzem lágrimas o tempo todo, não apenas quando bocejamos ou choramos. Quando saudáveis, os olhos são constantemente cobertos por um fluido, conhecido como filme lacrimal. Ele é projetado para permanecer estável entre cada piscada. Isso evita que os olhos fiquem secos e nos permite ter uma visão mais nítida.
As lágrimas são feitas de água, óleos gordurosos, proteínas, eletrólitos e substâncias para combater bactérias. Essa mistura ajuda a manter a superfície dos olhos lisa e clara, para que possamos ver claramente.
Se as glândulas lacrimais produzem menos lágrimas, o filme lacrimal pode se tornar instável criando pontos secos na superfície dos olhos.
E quais as causas dessa síndrome?
Uma das causas é um desequilíbrio na mistura lacrimal: o filme lacrimal tem três camadas: óleo, água e muco. Problemas com qualquer um destes elementos pode levar a sintomas de olho seco.
A camada superior, o óleo, vem das bordas das pálpebras, onde as glândulas meibomianas produzem lipídios, ou óleos graxos. Esses óleos suavizam a superfície da lágrima e diminuem a taxa de evaporação. Níveis de óleo defeituosos podem fazer com que as lágrimas evaporem muito rapidamente.
Além disso, a inflamação ao longo da borda das pálpebras, conhecida como blefarite, assim como a rosácea e algumas outras doenças de pele, podem fazer com que as glândulas meibomianas fiquem bloqueadas, causando a síndrome do olho seco.
A camada intermediária é a mais espessa, e consiste de água e sal e é produzida pelas glândulas lacrimais. Elas limpam os olhos e removem partículas e elementos que possam irritar os olhos.
Problemas com essa camada podem levar à instabilidade do filme. Se a camada de água for muito fina, as camadas de óleo e muco podem se misturar, resultando em olhos bem secos.
Já a camada interna, o muco, permite que as lágrimas se espalhem uniformemente sobre os olhos. Um mau funcionamento pode levar a áreas secas na córnea, superfície frontal do olho.
Outras causas:
Após os 40 anos a produção de lágrimas tende a diminuir. Nessa fase, os olhos podem ficar mais secos e facilmente irritados e inflamados. Isso é mais comum em mulheres especialmente após a menopausa, possivelmente devido a alterações hormonais.
A redução na produção de lágrimas também está ligada a:
– Doenças autoimunes, como lúpus, esclerodermia ou artrite reumatoide;
– Tratamentos com radiação;
– Diabetes;
– Deficiência de vitamina A;
– Cirurgias oculares refrativas;
– Problemas palpebrais, medicamentos e fatores ambientais;
– Fatores climáticos como clima seco, sol, vento e outros tipos de ar quente ou ar seco, como em uma cabine de avião.
– Fumaça e o uso de lentes de contato.
E o que fazer? Qual o tratamento?
O ideal é procurar um oftalmologista. Ele fará um exame físico e perguntará sobre os seus sintomas, histórico médico, medicação em uso, sua ocupação e circunstâncias pessoais.
Os tratamentos mais comuns incluem o uso de colírios, medicamentos, pomadas antibióticas para uso noturno e medicação de uso oral. Em casos mais graves no qual o olho seco é causado por problemas na estrutura dos olhos, pode ser indicada uma cirurgia nos canais lacrimais
E o que posso fazer em casa?
– Use óculos para proteger seus olhos contra o vento e o ar quente;
– Pisque com frequência sempre que estiver usando o computador ou assistindo TV;
– Caso seja fumante, evite fumar em lugares fechados;
– Mantenha a temperatura ambiente moderada;
– Use um umidificador caseiro;
E a alimentação? Influencia na síndrome do olho seco?
Sim, e muito! Uma dieta baixa em ácidos graxos ômega 3 encontrado em peixes gordos de águas profundas e geladas como atum, arenque, sardinha e salmão selvagem e vitamina A podem estar ligadas a esta síndrome.
E como é muito difícil ingerir a quantidade necessária desses alimentos por dia, uma boa dica é ingerir bons suplementos de ômega 3 com altos níveis de concentração dessa substância.
Se você está com os sintomas relacionados acima, procure imediatamente seu oftalmologista e mude seus hábitos alimentares adicionando bons suplementos de ômega 3 na sua dieta!
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2 comentários em “Saiba se você está sofrendo da “síndrome do olho seco””