Sabemos que a ingestão de ácidos graxos ômega 3 na dieta pode ter inúmeros benefícios para a saúde, porém o que poucos sabem é a importância desse ácido graxo para o desenvolvimento do bebê durante a gestação. Pesquisas comprovam que bebês nascidos de mães cujas dietas são ricas em ômega 3, têm um desenvolvimento físico e cognitivo acima da média.
DHA e o desenvolvimento do cérebro
Um número crescente de estudos em bebês está mostrando uma forte correlação entre a ingestão de ômega 3 (especialmente DHA) e função cognitiva, acuidade visual e desenvolvimento do cérebro em geral. No bebê, o desenvolvimento do cérebro sofre o seu crescimento mais rápido e complexo durante o último trimestre da gravidez e nos dois primeiros anos após o nascimento.
Isto significa que, durante este período o desenvolvimento neurológico da criança é altamente dependente da sua ingestão de nutrientes essenciais, especialmente ácidos graxos ômega 3.
- O cérebro fetal e infantil é incapaz de converter ALA (ômega 3 encontrado em alguns óleos vegetais) em DHA o suficiente, o bebê quase totalmente depende da sua mãe para seu abastecimento. Há boas evidências de que a placenta transporte seletivamente DHA de modo a assegurar uma oferta adequada para o bebê crescer.
- Cerca de 70% do abastecimento de energia durante o desenvolvimento fetal é dedicado ao desenvolvimento do cérebro, e os lipídeos formam de 50 a 60% da estrutura cerebral, sendo o DHA responsável por 30% do cérebro e 50% da estrutura da retina. No entanto, o bebê depende da mãe para o fornecimento de DHA, e se a mãe é deficiente em ômega 3, pode acarretar deficiência de DHA no cérebro infantil também.
- Uma esmagadora evidência dos benefícios do DHA vem de uma recente revisão de cerca de 50 estudos, que concluiu que quanto maior o nível de DHA na dieta dos bebês, melhor a função cerebral, especialmente a função cognitiva e visual.
- Uma consequência devastadora de baixo nível de DHA é o seu impacto sobre o desenvolvimento de anormalidades neurológicas. Em outro estudo, os pesquisadores mediram níveis de DHA, ácidos graxos essenciais, ácidos graxos trans, e os níveis de ácido araquidônico na artéria e da veia umbilical de recém-nascidos. Eles descobriram que os lactentes com anomalias neurológicas ao nascer tinham níveis significativamente mais baixos de ácido araquidônico e de DHA e níveis mais elevados de gorduras trans. Em contraste, as crianças com níveis mais elevados de ácido araquidônico, DHA, e ácidos graxos essenciais tinham função neurológica mais normal.
Quer mais motivos para fazer o uso de DHA durante a gestação?
Aprendizado e memória
O DHA tem uma atuação direta em três funções do cérebro: memória, aprendizagem e fixação do conhecimento. Isso acontece porque ele ajuda a construir e estruturar as bainhas de mielina, uma capa de gordura que ajuda a formar as sinapses – comunicação entre os impulsos nervosos do cérebro. Quanto mais sinapses, melhor o funcionamento cerebral. Alguns estudos já mostram que a ingestão recomendada deste componente pode garantir 7 pontos de QI a mais para uma criança.
Melhor leitura
Uma pesquisa da Universidade de Oxford, Reino Unido, notou que crianças com altos níveis de ômega-3 no sangue, mais especificamente de DHA, eram as que tinham melhor habilidade para leitura e mais concentração para prestar atenção no conteúdo ensinado em sala de aula.
Menor chance de prematuridade e baixo peso
No início deste ano, um estudo feito ao longo de dez anos pela Universidade do Kansas e publicado no American Journal of Clinical Nutrition indicou que grávidas que consumiram 600 mg de ômega-3 (que contém cerca de 120 mg de DHA) por dia tiveram chance reduzida de ter um bebê antes das 34 semanas de gravidez e com baixo peso.
Boa visão
Como a visão também está associada ao sistema nervoso, o DHA atua na formação e fortalecimento da retina, o que diminui as chances de aparecimento de problemas oculares.
Imunidade turbinada
Este é o benefício mais recente atribuído ao DHA. Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que o componente tem potencial para minimizar inflamações crônicas, relacionadas tanto com problemas ósseos, como artrite, até cardiovasculares. Isso porque o DHA pode ser convertido pelo próprio organismo em uma substância chamada maresins, que “desligam” os processos inflamatórios.
Muita atenção com a procedência dos suplementos de DHA
O consumo de peixe durante a gestação tem preocupado os especialistas, pois metais tóxicos como o mercúrio, são encontrados em peixes de procedência duvidosa como o salmão e o atum de cativeiro. Porém mais preocupações estão sendo levantadas sobre os níveis em quantidades não seguras de dioxina e bisfenóis policlorados (PCBs) encontrados em salmão de viveiro. PCBs têm sido associados ao câncer e defeitos de nascimento.
Especialistas recomendam que as mulheres grávidas obtenham o DHA através de suplementos derivados de algas marinhas, pois além de serem a melhor alternativa de ômega 3, são isentos de metais tóxicos.
Informe-se, escolha Vital!
Referências
- http://jn.nutrition.org/content/137/4/855.short
- http://nutritionreviews.oxfordjournals.org/content/64/suppl_2/S24.abstract
- http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0952327806001256
- http://www.lifeextension.com/magazine/2008/1/report_dhafishoil/Page-01
- https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26742060
- http://jn.nutrition.org/content/137/4/855.full
- http://www.askdrsears.com/topics/feeding-eating/family-nutrition/dha-and-omega-3s/dha-brain-food
- http://www.crescer.com.br
1 comentário em “O que você precisa saber sobre DHA e a formação cerebral do bebê”