Estudos comprovam que o destino do seu corpo e cérebro nem sempre está associado só aos seus genes e também ao ambiente, costumes, crenças, comportamentos, hábito e alimentos. Desordens cerebrais como cefaleia crônica, perda da memória, insônia, variações do humor como depressão, ansiedade, epilepsia, transtorno motores, déficit de atenção, hiperatividade, e doenças degenerativas como Alzheimer, Parkinson podem ser influenciadas pela dieta.
Pesquisas do neurologista David Perlmutter mostram evidências de que a mudança da dieta ocorrida nos últimos 100 anos, de rica em gordura e pobre em carboidratos, para rica em carboidratos e pobre em gordura tem influenciado na origem de parte das doenças que danificam o corpo e o cérebro humano. A dieta dos nossos ancestrais continha em média 5% de carboidratos, 20 % de proteínas e 75% de gordura; hoje no ocidente está composta de 20% de proteínas, 20% de gorduras e 60% de carboidratos.
O marco de muitas doenças, incluídas as neurológicas tem como gatilhos os processos inflamatórios. O glúten (uma proteína que atua como cola e interfere na quebra e absorção dos nutrientes) e uma dieta rica em carboidratos estão entre os principais responsáveis pelos processos inflamatórios que atingem o cérebro e contribuem para o aparecimento de doenças neurológicas. A engenharia genética modificou a produção de grãos que contém glutén em mais de 40 vezes, em comparação aos grãos cultivados algumas décadas atrás. O glúten pode ser encontrado no pão, bolachas, biscoitos, macarrão, pizza, molhos, condimentos, sorvetes, bebidas, cosméticos, xampus, cremes para mãos e cabelo.
As reações do sistema imunológico ao glúten e aos carboidratos estimula o processo inflamatório no cérebro capazes de ativar a produção de enzimas cox-2 e aumentar a produção de citocinas(proteínas ou peptídeos responsáveis por mediar e regular a resposta inflamatória e imunológica e formação de radicais livres). As citocinas são antagonistas do cérebro e ao danificar seus tecidos, tornam o cérebro vulnerável a disfunções e doenças. No cérebro o glúten atua como exorfina ( substância exógena similar a morfina, que ao aderir ao receptor da morfina, produz bem estar e euforia). Níveis elevados de citocinas são encontrados em pacientes com Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Autismo, entre outras doenças cerebrais.
O cérebro humano excluída a água contém de 70 a 77 % de gordura ( 25% é colesterol total), que é essencial para o funcionamento dos neurônios. Os lipídios agem como tijolos construtores das membranas celulares, funcionam como antioxidante para combater os radicais livres e são combustíveis importante para os neurônios ao atuar nas conexões sinápticas.
Dieta com pouco carboidrato e rica em gordura saudável, facilita o emagrecimento, disponibiliza mais energia, maior criatividade e produtividade, melhora memória e mantém o cérebro protegido. Certos tipos de gorduras e óleos modificados comercialmente, como as trans(ácidos graxos insaturados resultante de hidrogenação, utilizados para aumentar consistência dos alimentos) são tóxicas e maléficas ao ser humano. As gorduras ômega 6 encontrados nos óleos vegetais hidrogenados favorecem as inflamações e seu consumo elevado está relacionado aos transtornos cerebrais.
As gorduras boas, inclusive o colesterol são saudáveis e benéficas ao corpo e cérebro, como os alimentos ricos em ômega 3: sementes de linhaça, óleo de oliva e de coco, castanhas, peixes de água fria, carne e ovos orgânicos. Dr. Donald W Miller, cirurgião cardíaco da Universidade de Washington nos Estados Unidos, prognosticou que o reinado da dieta pobre em gordura e rica em carboidratos vai acabar e mudar para pobre em carboidratos e rica em gordura; quando os efeitos destrutivos à saúde pelos carboidratos e glúten e os benefícios oriundos das gorduras forem aceitos, reconhecidos e modificados.
Com base nesses conhecimentos você pode optar por danificar e degenerar ou proteger e regenerar seu cérebro. A decisão é sua!
Eduardo Carlos da Silva
Neurocirurgião e Coach
1 comentário em “A Dieta do Cérebro”
Boa Matéria